Confesso que nos últimos dias tenho vivido com algum nervosismo e ansiedade a pensar no desenvolvimento da Francisca.
Se por um lado desejo muito que tudo volte à normalidade e que ela retome todas as suas atividades (fisioterapia, terapia ocupacional, estimulação cognitiva e motora, infantário) sei que mesmo que as coisas reabram gradualmente não é seguro recomeçar de imediato porque a doença não se vai erradicar de um momento para o outro, e pôr a saúde dela em risco para mim está fora de questão.
Decidi que pelo menos até setembro ela não retoma nenhuma atividade, incluindo infantário, mas o medo de que ela regrida é muito grande e sinto em mim a responsabilidade de garantir que isso não aconteça.
Vou trabalhando com ela em casa, procurando fazer algumas atividades, mas não consigo fazê-lo o tempo todo porque também trabalho e porque ela não está predisposta a trabalhar comigo a toda a hora. A televisão e o telemóvel são tentadores quando tenho de trabalhar ou fazer alguma coisa, mas assusta-me este facilitismo ao qual eu cedo muitas vezes porque não me consigo desdobrar e ela não brinca sozinha por muito tempo. Não sei se serei a única mas eu não posso brincar com ela a toda a hora e além das terapias em casa que nos levam cerca de duas horas diárias, se eu fizer mais umas atividades por meia hora, sobra muito tempo das 14 horas em que ela está acordada. E não podemos ir à rua, ou não devemos e quando saímos eu fico super stressada porque ela mete as mãos no chão, depois passa na cara e eu só vejo o coronavirus nesses momentos, é um stress... Não podemos ir à praia, não podemos convidar um amiguinho ou família para vir cá brincar e portanto sinto que não lhe estou a dar tempo de qualidade, de aprendizagem, como ela teria em todos os contextos não fora este confinamento.
Depois na verdade eu não sou terapeuta e tenho pouca imaginação mas vou lá vou tentando inovar com algumas dicas que me têm dado. Se ela adere sempre? Por 5/10 minutos... o que é uma frustração...
Talvez muitos pais não sintam esta preocupação ou pressão mas os pais de crianças com necessidades especiais entenderão, penso eu, a minha ansiedade. E já nem sei se sou eu já a ver coisas onde não existem mas acho que ela já regrediu na fala, quer falar tudo ao mesmo tempo e baralha-se toda!
Eu vou continuar a dar o meu melhor, na incerteza se será o suficiente!!
Depois na verdade eu não sou terapeuta e tenho pouca imaginação mas vou lá vou tentando inovar com algumas dicas que me têm dado. Se ela adere sempre? Por 5/10 minutos... o que é uma frustração...
Talvez muitos pais não sintam esta preocupação ou pressão mas os pais de crianças com necessidades especiais entenderão, penso eu, a minha ansiedade. E já nem sei se sou eu já a ver coisas onde não existem mas acho que ela já regrediu na fala, quer falar tudo ao mesmo tempo e baralha-se toda!
Eu vou continuar a dar o meu melhor, na incerteza se será o suficiente!!