quinta-feira, 9 de julho de 2020
A nossa ida ao programa da Julia
É sempre com algum aperto que se revivem situações marcantes da nossa vida mas quando as conseguimos ultrapassar conseguimos muitas vezes exteriorizá-las e ao fazê-lo podemos sempre ajudar alguém.
Não existem vidas perfeitas. Cada pessoa tem a sua história e não se deve envergonhar dela.
As redes sociais dão uma noção de vidas perfeitas que muitas vezes frustram quem está do outro lado se não parar para pensar que nem tudo será um mar de rosas e que por detrás de uma bela fotografia pode estar uma vida num caos. Naturalmente que cada um coloca o que quer e está tudo bem, o que quero dizer é que não devemos iludirmo-nos, temos mesmo é de nos focar em tornar a nossa vida o melhor possível com todas as suas imperfeições e aceitá-las a todas.
Se na terça feira cheguei a alguma grávida, jovem ou não, que pela gravidez achou que os seus planos foram deitados por água a baixo, possivelmente ela possa ter percebido que a vida está em constante mudança, que não controlamos tudo, e o que parece muito mau num primeiro momento pode transformar-se na melhor coisa da nossa vida!
Não me vou pronunciar aqui sobre o aborto nem julgo ninguém mas tenho a certeza de que se o tivesse feito isso ter-me-ia trazido danos irreparáveis para a minha vida e aí sim, tudo poderia descambar.
Depois a questão da depressão, que não consegui explorar muito, mas o apelo maior que quero aqui deixar é que se estão num estado depressivo ou com problemas psicológicos, procurem/aceitem ajuda! A depressão é uma doença que necessita de ser tratada, como a diabetes, o cancro, a hipertensão... É importante perceber que é aceitável que nos sintamos mal ( e muito importante também que quem nos rodeia o aceite) mas que existem formas de tratamento que têm de ser accionadas como em qualquer outra doença.
No que respeita ao mundo fantástico mas desafiante que pode ser a maternidade a dica é só mesmo que de com amor e muita luta tudo se consegue. A vida deu-me duas opções ou eu a agarrava com unhas e dentes e tratava de ser feliz e fazer os meus felizes ou mergulhava na tristeza e lamentação que me impediriam de sorrir como hoje sorrio. Eu optei pela primeira, mas precisei de passar primeiro pela segunda para perceber que não era ali que queria ficar. Claro que não está sempre tudo bem, não é sempre tudo fácil, nem sempre tenho paciência... é como digo... a vida real!
Hoje sou exatamente aquela pessoa que viram na televisão, sem floreados, de coração aberto. Se foi dificil fazê-.lo? Um bocadinho,mas sinto que valeu muito a pena. Espreitem um bocadinho do programa aqui e aqui
Senti-me muito nervosa no momento da entrada, não há ensaios quando o assunto é a nossa vida. Antes de entrar, pedi à minha estrelinha mais cintilante no céu que estivesse comigo, e senti que esteve e me ajudou a passar a mensagem. Como eu gostava que ela me tivesse visto... Na verdade eu sei que viu, mas não pude abraçá-la no final... A ela dedico este meu percurso, porque também muito a ela o devo. "Ai, se eu pudesse trazer-te de volta, nem que fosse só por uma hora..."
Beijinhos minha avó, daqui até ao céu!
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