quinta-feira, 24 de setembro de 2020

As novas terapias





Em Maio vim cá falar-vos que iria dar uma reviravolta naquilo que eram as terapias da Francisca.

Hoje vim dar-vos o feedback.

Cada filho tem a sua especificidade e se hoje achamos que o caminho que seguimos é o certo, amanhã tudo muda, as suas necessidades, as estratégias, o caminho a traçar. 

Para mim não foi fácil mudar a intervenção, fazer o corte com o trabalho diário de 5 anos consecutivos, no qual eu acreditei piamente e que tantas pessoas envolveu. 

Não tenho qualquer dúvida que todo o trabalho do método Doman valeu a pena, que toda a ginástica diária que eu fazia para tudo se encaixar teve frutos, que valeu cada lágrima, cada noite mal dormida, cada hora gasta a preparar material. 

Hoje  a Francisca tem um vocabulário muito extenso, boa capacidade física, pouca hipotonia, muita autonomia. Não duvido, como nunca duvidei, que aquele trabalho valeu a pena. 

Mas senti que faltava algo, que havia áreas em que estava muito aquém do que seria esperado e quando me apercebi disso tive que repensar. 

Tomei a decisão de parar o método e optar pelo acompanhemento de uma técnica de reabilitação psicomotora. Com esta intervenção senti que foi criada uma sinergia entre mim, a técnica, a fisioterapeuta e a educadora. Passei a ficar desperta para coisas fundamentais que até então desvalorizei ou  simplesmente me passavam ao lado. 

Eu tenho duas, trabalho, sou dona de casa e existo! Além disso não sou técnica, não sei o que é ou não suposto a Francisca ter adquirido. Precisava de ter alguém comigo capaz de avaliar isso e definir estratégias e atividades que eu pudesse desenvolver para que a Francisca consiga superar as suas dificuldades. E assim tem sido desde Maio. A Francisca já evoluiu em muitas áreas, como no grafismo, pega do lápis, compreensão, pintura, começou a introduzir a leitura e a matemática. Todas as atividades me fazem sentido e ocupam no total 30/40 minutos do meu dia. Tudo resto é  realizado ao longo do dia nas tarefas  rotineiras. Manteve a fisioterapia duas vezes por semana, começou agora terapia da fala, tem uma hora de terapia  por semana com a psicomotricista em casa e o seu acompanhamento sempre que necessário, e uma educadora que se predispôs a colaborar desde logo e que está a trabalhar em consonância com todas as estratégias delineadas. 


Uma reflexão para os pais:

Quando nos dizem que os nossos filhos estão muito bem desenvolvidos  e para não nos preocuparmos temos que questionar se isso é baseado naquilo que a pessoa esperava deles dado o diagnóstico ou se é baseado nas suas reais potencialidades e naquilo que é possível que consigam atingir. 


uy