segunda-feira, 5 de novembro de 2018

E sem saber bem o rumo, escrevi o que senti!









Nada me faz mais feliz do que o sorriso das minhas filhas. De facto vivo por elas e nunca imaginei que fosse possível viver um amor tão grande.
Realmente a nossa vida muda por completo quando temos filhos, dormimos menos, temos menos tempo para nós, compramos menos coisas para nós mas o nosso coração transborda muito mais amor e isso é mais do que suficiente para fazer desvalorizar as olheiras e o cansaço.
Fui mãe muito nova, com 22 anos, engravidei ainda não tinha acabado o curso e casei ainda naquele ano. 2008 foi um ano em cheio para mim, acabei a licenciatura, casei-me e tive uma filha. Sou uma mulher muito despachada!
Lembro-me como se fosse hoje do dia do nascimento da Matilde, foi realmente mágico. Lembro-me de na noite a seguir ao seu nascimento ela ter o olhar fixo em mim e de eu não querer dormir para venerar aquele ser, meu, de 2680g e 47cm! Já nasceu assim, frágil e eu, uma jovem a amadurecer a olhos vistos com toda a responsabilidade que implicava cuidar daquele bebé. Sempre foi uma bebé frágil, que ficava frequentemente doente, literalmente de 15 em 15 dias, que vomitava em jato após as mamadas, até ficar roxa e eu ter de a abanar! Aos seis meses teve a sua primeira convulsão febril. Foi o maior susto da minha vida. Pensei que ela estava a morrer, que algo de muito grave estaria a acontecer e fui com ela a correr para casa dos meus vizinhos, que ficaram a cuidar dela porque eu fugi, não a queria ver morrer! Só voltava para saber se ainda respirava. Foi uma eternidade até chegar a ambulância e ela só acordou 2 horas depois da convulsão. Mais para a frente ainda teve mais três convulsões e eu nunca soube lidar bem com isso. Sempre que tinha febre, uma a duas vezes por mês, eu ficava em pânico e passava as noites a medir-lhe a febre e a tentar controlá-la para que não tivesse mais nenhuma convulsão.... Como se eu conseguisse controlar isso!
Aos três anos ela deixou de ficar doente e até hoje é uma menina super saudável que raramente fica doente. Obrigou-me a crescer muito depressa mas ensinou-me desde logo a protegê-la mais do que a mim mesma.
Vejo-a ainda como uma menina frágil que ainda precisa de muito mimo e muito amor.
Depois de ela deixar de ficar doente pensei em ter outro filho! Fui corajosa não fui? Mas as coisas não correram como previsto, ganhei uma depressão e tive que adiar este meu projecto! Foram dois anos de altos e baixos, muitos baixos, sofri e fiz sofrer quem estava ao meu redor. Ainda se fala pouco da depressão, como se fosse tabu mas ela existe e eu respeito muito quem passa por um processo destes, seja por que motivo for... muitas vezes vem sem motivo e muda a nossa vida!
Foram, como disse, dois longos até que conheci uma pessoa muito especial que me ajudou muito e me ensinou a ver a vida de outra forma, ensinou-me a agradecer o que tinha mais do que a lamentar e cobrar aquilo que não tinha.
Penso que esta pessoa me preparou para ser mãe da Francisca! Ensinou-me que a vida é muito mais sobre o que somos do que o que temos, é muito mais o que sentimos como verdade do que aquilo que os outros pensam! E dois anos depois nasceu a Francisca, cuja história vocês já conhecem!

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